A ARTE DE DRAPEAR DE MADAME GRÈS
Madame Grés (1903-1993) distinguiu-se pela criação de elegantes vestidos drapeados, assimétricos. de linhas puras e rigorosas que assentavam no corpo da mulher como uma segunda pele.
Dezoito anos após a sua morte, 80 das suas mais emblemáticas criações vão estar expostas até 28 de Agosto no Museu Bourdelle, em Paris na retrospectiva: «Madame Grés: Couture at Work».
Germaine Emile Krebs nasceu em 1903 na Alemanha, cresceu em Paris e iniciou-se como escultora, mas não tendo o sucesso que desejava, na década de 30 decidiu dedicar-se à moda, sob o nome de Alix. Queria ser escultora. Para mim é igual trabalhar em tecido ou em pedra - afirmou.
Em 1942 resolveu mudar novamente de nome e abrir uma casa de moda. O nome Grès resulta da inversão do nome do pintor russo, então seu marido, Serge Czerefkov. Serg soletrado ao contrário.
O seu estilo, com uma forte componente escultórica, nasceu quando desenhou trajes helénicos para a peça de Jean Giradoux, «La Guerre de Troie n’aura pas Lieu», em 1935.
Grès apaixonou-se imediatamente pelos vestidos de estilo grego e introduziu esta estética nos seus trabalhos futuros. "Busco a perfeição", afirmou. "Para um vestido sobreviver de uma era para a seguinte, deve ser marcado por uma pureza extrema".
Grès, tal como Chanel, reescreveu o código do vestuário feminino, libertando-o de espartilhos e utilizando a sua técnica de escultora para drapear, cortar e preguear tecidos de forma sofisticada, ultra feminina e sensual.
Grès ficou conhecida como a mais precisa criadora de Alta Costura de Paris, tendo resistido à pressão da indústria para fazer colecções de pronto-a-vestir e preferindo trabalhar directamente com as suas clientes, entre as quais se contavam, Greta Garbo, Vivien Leigh, Dolores del Rio, Jackie Kennedy e Marlene Dietrich.
A exposição do Musée Bourdelle inclui 80 vestidos, 50 fotografias e uma centena de croquis e rascunhos do trabalho desta lendária criadora de moda.
Sem comentários:
Enviar um comentário