segunda-feira, 14 de março de 2011

MODA LISBOA 20 ANOS - LOVE - IV

E no Domingo o destaque foi para: WHITE TENT; OS BURGUESES, no LAB -MUDE,  DINO ALVES, MIGUEL VIEIRA E NUNO GAMA.

A dupla WHITE TENT composta por Pedro Noronha Feio e Evgenia Tabakova, apresentou a sua 8ª colecção já que se iniciaram na 29ª Edição da Moda Lisboa. Mostraram uma colecção equilibrada, contemporânea e com coordenados muito vestíveis que explicam da seguinte forma: «A base de desenvolvimento da colecção foi o vestuário de trabalho mas foi evoluindo e acabou por ganhar vida própria. Tivemos muita atenção à qualidade das matérias-primas e às cores e a colecção evoluiu da conjugação de todos estes elementos.
Gostei!











A dupla OS BURGUESES com PEDRO ELEUTÉRIO E MIA LOURENÇO foi criada apenas em Setembro de 2009 mas já tem honras de desfilar no Calendário da ModaLisboa pela inovação e criatividade demonstradas. Quanto a mim não só o merecem como, se continuarem empenhados, vão dar que falar. Bom!





OS BURGUESES apresentam o quarto acto da sua ópera urbana “A Saga de Jane Doe”. Com o subtítulo de “Inverno Nuclear” contam a história de Jane no momento de regresso à sua terra de origem. Os Homens-Máquina invadiram a cidade e pretendem apagar o passado substituindo-o por um futuro desenhado do zero. Na colecção/performance reflectimos sobre a necessidade de preservar e recordar os passos que nos moldam o futuro. Quem somos não fomos sozinhos. Construída tendo por base o jogo de contrastes – justo vs. oversize e estruturado vs. drapeado – explorámos detalhes como construções em leques, cortes à faca, punhos franceses e a desconstrução do vestuário. A colecção tem inspiração num estilo urbano requintado, presente num universo onde as mulheres são as actrizes e a cidade o grande palco» - comentam.


MIGUEL VIEIRA




MIGUEL VIEIRA:O Perfeito Anfitrião” é o nome da colecção. "O cenário poderia ser uma sumptuosa mansão aristocrática, de jardins infindáveis e decoração esmerada. O champanhe borbulha e a música compõe o ambiente perfeito. Nos seus jardins homens e mulheres, chiques e elegantes, de porte aristocrático, circulam animadamente nos seus fatos impecáveis e vestidos glamorosos. O moderno e o clássico fundem-se, originando um look actual, que não dispensa detalhes elegantes. Um estilo artístico, quase poético mas moderno, para homens e mulheres com personalidade e com um apurado sentido estético...
O perfeito anfitrião? Um homem contemporâneo, que não tem medo de arriscar, gosta de se divertir e é ousado na sua maneira de vestir, mas não prescinde dos acessórios de luxo, dos seus modos refinados, o perfeito cavalheiro. É o novo Dandy...



Só foi pena os laços estarem quase todos à banda, o que não é nada chique nem "dandy". Os manequins não podem entrar na passerelle sem que sejam vistos, um a um, e aqui faltou essa "mão" E foi pena!
DINO ALVES

DINO ALVES: O ponto de partida da colecção é uma questão que tem, mais uma vez, a ver com a vida das pessoas, que é sempre, no fundo, a minha fonte de inspiração. Acho que nunca tive um conceito nas minhas colecções que não tivesse relacionado com o lado humano...  têm sempre a ver com as minhas vivências...Esta colecção parte da ideia de uma vida estilhaçada, porque todos nós já tivemos momentos de perda... Muitas vezes essas perdas, essas lacunas, acompanham-nos para o resto da vida. Tentamos reconstruir a vida e compor as “peças”, mas muitas vezes elas já não encaixam da mesma maneira e tornamo-nos pessoas diferentes. Fiz uma metáfora com a colecção. É quase como se esta tivesse toda feita e, repentinamente, por um motivo qualquer, tivesse sido desmontada e remontada novamente, e os painéis já não encaixam da mesma maneira, ficam um pouco soltos. Existem peças que dão a ilusão dos painéis estarem separados entre si ou encaixados no espaço errado.
Tem esse lado um pouco caótico, mas organizado. As peças são muito straight, muito minimais, continuam na mesma linguagem da última colecção. É o que eu chamaria de neoclássico. Os looks masculinos incluem a camisa, o pullover, a calça clássica, mas com detalhes que lhes conferem o ar de um novo clássico. 
Não traindo a sua veia conceptual, Dino Alves é, agora, menos caótico e mais vestível. Gostei de algumas das suas peças!





NUNO GAMA



NUNO GAMA fala de Testocracia, de ditadores cosmopolitas que fazem da anatomia, ou melhor, da febre dos músculos e de "uma procalmada testosterona", um código comportamental como se fossem Vencedores (sabe-se lá de quê...) mas depois em vez de simplificar o texto continua a falar destes «Centauros Urbanos» usando uma linguagem hermética e repleta de "clichés" quando o importante é que a colecção é boa e centra-se numa elegância clásica do feito à mão, com detalhes confortáveis para um vestuário Sport Relax e Equestre.

A silhueta "Healthy" de "Testocratas" oscila entre o slim e o oversized.
Encontram-se subtis constraste, de baço/brilhante nos materiais que vão do cetim à pele, com misturas de algodões e lãs nobres em confronto com tecidos tecnológicos. A paleta de cores harmoniza-se entre as tonalidades de amêndoa, pedra e azul céu com os castanhos, cinzas e verdes mescla, aqui e ali com  notas de sangue de boi e brilhos metálicos, não esquecendo pormenores do foclore português ou, como na foto abaixo, a Cruz dos Templários. 

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